BRUNO CÉSAR , A ''RADIOGRAFIA''

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Camisola 10 à moda antiga. Terceiro melhor marcador do Brasileirão em 2010. Criativo, rápido, veloz, exímio armador de jogadas e de tabelas rápidas. Jovem, promissor e disciplinado.

Eis o cartão-de-visita de Bruno César Zanaki, o médio ofensivo de 22 anos, que ontem já fez testes médicos em Lisboa para assinar um contrato com o Benfica, válido por quatro anos.
A transferência do canhoto do Corinthians, cujos valores oficiais não foram divulgados, estará próxima dos 5 milhões de euros.

Com apelido oriundo da Tanzânia - Zanaki dá nome a uma etnia e a uma língua do país africano -, Bruno César não se poupa aos elogios.
Os números e as exibições do ano passado fazem jus ao Prémio Craque do Brasileirão na categoria de Revelação e as alcunhas que colecciona também.

Os sete golos, as assistências e as jogadas com truques de génio ao serviço do Santo André, no campeonato Paulista do ano passado, em que se sagrou vice-campeão, abriram-lhe as portas do Corinthians. O Timão comprou-o para render Douglas e Bruno César estreou-se na quarta jornada do Brasileirão, com o Grémio Prudente, com direito a golo. Repetiu a proeza mais 13 vezes e foi o terceiro melhor marcador da prova.

Chuta, Bruxo Tévez! 

Depois dos primeiros toques na União Barbarense, Bruno César mostrou talento no Bahia - aos 17 anos estreou-se na equipa profissional do clube de Salvador. O São Paulo ficou de olhos arregalados e contratou-o, mas o vínculo só durou seis meses. Em 2007, no Palmeiras, a sorte não foi melhor: o contrato era de dois anos, mas, depois de ter chegado a jogar pela equipa B no Paulistão, o Verdão dispensou-o. Seguiu-se o Grêmio e nova desilusão. No Ulbra-RS, a história começou a mudar e ganhou melhores contornos no Noroeste, explodindo no Santo André, onde começou o rol de alcunhas.

De Maestro do Santo André, passou a Bruxo César - dizem que hipnotiza os guarda-redes com os seus remates mágicos. Depois, para os mais imaginativos, o médio transformou-se em Tévez: «A comparação acontece porque eu não consigo fechar a boca. Tenho um problema na respiração e é difícil ver-me com a boca fechada.» No balneário do Corinthians passou a ser o Chuta-Chuta (ou não tivesse sido o melhor marcador da equipa no campeonato brasileiro).

O ano de 2011 não começou mal e nas três primeiras rondas do Paulista manteve a titularidade. Só que alguma coisa mudou depois do dia 9 de Fevereiro (o da estreia de Liedson), quando veio a público a notícia de um desentendimento de Bruno César com o Fenómeno Ronaldo e o treinador Tite. Os jogadores desmentiram os factos, mas na jornada seguinte (depois da enxurrada de críticas devido à eliminação do Timão da Taça Libertadores) o médio já não jogou. «O time também estava mal, não estava se encontrando. É com isso que fico chateado, de ter saído tão rápido e não ter mais oportunidades de entrar», desabafou numa entrevista ao Globoesporte.com.

Até à 16.a jornada do Paulista - no domingo já não jogou o clássico com o São Paulo -, Bruno César falhou quatro e só marcou um golo (a 13 de Março frente ao Mirassol). Depois de os representantes do jogador terem confirmado o interesse do FC Porto, é o Benfica que o recebe no rescaldo de um assumido "mau momento". Ainda assim, Jorge Jesus pode agarrar-se às palavras de Zico: «O Bruno César vem de trás e joga próximo dos atacantes, tal como sucedia comigo.».
Na próxima época tiram-se as dúvidas.