A Guerra foi declarada.
A FIFA resolveu finalmente optar e
fazer aprovar nova regulamentação da actividade de intermediários (agentes) na
transacção e contratação de futebolistas profissionais e já a partir de Abril
do próximo ano.
Sem dúvida um contributo importante
para a regeneração da verdade desportiva ou melhor, parte dela, porque essa
verdade é composta de variadas vertentes que terão de merecer não só
reajustamentos e clarividência, mas também a reconversão da justiça.
A base central da medida visa
bloquear , para além de outras prorrogativas, o descalabro da
inviabilidade económica enquanto os denominados representantes e os
próprios jogadores, enriquecem escandalosamente à custa do esvaziamento dos
cofres dos clubes e promovem a engorda dos resultados bancários através da
aplicação de juros proibidos e pornográficos.
Ponto final portanto no
licenciamento, na exclusividade , até na ostentação do título Agente FIFA.
Parece.
Ponto final na especulação, nas
jogadas de bastidores, na manipulação inflacionária através da mentira
publicitária e outros engodos. Também parece.
Tudo indica que os clubes terão via
livre para negociar directamente sem necessidade de representante e
licenciamento especial. Aliás, o novo regulamento prevê também que qualquer
pessoa para o efeito nomeada poderá fazê-lo.
Mas será mesmo o ponto final na
pouca-vergonha?
Poderá até ser, mas não se afigura
fácil.
Os tubarões não vão querer perder
privilégios tendo já reagido ameaçando com queixa junto da Comissão Europeia,
invocando suposta infracção às regras de defesa da concorrência.
Vamos ter muito pano para mangas.
Nesta luta, os clubes e dirigentes
sérios têm uma palavra a dizer.
Terão de ser firmes na defesa dos seu
direitos e no combate à corrupção.Sim , a palavra corrupção não está a mais
neste contexto se tivermos em conta e quisermos aceitar que a acção diária de
cada indivíduo, muitas vezes inadvertida e inocentemente, reflecte acto
corrupto.
Um simples pedido de
“jeitinho”, de desconto, de um “ninguém vai saber”, etc., parecendo que não,
incorre em acto corrupto.
Irrelevante, é certo, mas não deixa
de o ser.
O verniz vai quebrar onde menos se
espera.
Algumas máscaras vão cair e por terra
a seriedade e irrepreensibilidade de muita boa gente.
Muitas contas “off-shore” ficarão
estagnadas, sem crescimento efectivo.
A guerra foi declarada.
Que se preparem os clubes para as
primeiras de muitas batalhas: fogo cruzado, ganância, coação, promiscuidade,
desonestidade.
Uma outra guerra foi também declarada: a dos Fundos de Investimento.
Neste campo e no que toca ao Benfica, a questão do Fundo foi resolvida como se poderá aferir no "post" anterior.
Sentemo-nos, pois!
1 comentário:
Eu repimpei-me na cadeira de baloiço.
Enviar um comentário