Claro que não!!!....ahahhahahaha....
Casa cheia, amigos muitos. Jornais em cima da mesa, televisão ligada. O líder de um clube recebido na Assembleia da República, logo pela presidente do órgão, a segunda figura, institucionalmente, da Nação. Mais deputados, aqueles que o povo elege, de seguida, num repasto. De todos ou quase todos os quadrantes partidários.
“Como é possível?”, alguém questionou. A pergunta suscitou controvérsia, forte controvérsia. Com casa cheia e amigos muitos, também havia gente fiel ao azul da bola. “O presidente campeão merece ser recebido no Parlamento”, ainda registei, inclusive de forma convicta, quase frenética. Muitos ripostaram e houve quem se socorresse do computador.
O que deu para ouvir? As escutas no âmbito de um processo chamado Apito Dourado. Falava-se de pessoas, de fruta, de outras matérias. Falava-se de muita, de muita coisa feia. E quem falava? O dirigente que acabava de ser recebido na Assembleia. Com a vénia dos deputados, com o beneplácito (e o sorriso aberto) da presidente do Parlamento.
“Como é possível?”, voltou a questionar um amigo. E mais outro e outros ainda. Do Benfica? Do Sporting? Também do FC Porto. “O homem não foi condenado”, sustentou, ainda assim, um dos presentes. “E preside a um clube que tem dado grande prestígio a Portugal”. Tem razão, tem toda a razão.
Só que todos continuaram a ouvir. Com pasmo, com sentimento de revolta. Não deu para convencer um indefetível da causa portista, mas deu para perceber a razão pela qual os deputados da nossa Assembleia estão cada vez mais descredibilizados. Todos? Muitos, muitos seguramente. A Casa da Democracia tem de se dar ao respeito. Só que não dá. Por isso é que a Democracia precisa, urgentemente, de outro domicílio. E que não cheire a fruta podre…
Mais palavras para quê?