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terça-feira, 2 de junho de 2015

FIFA: A NOVELA DE VERÃO QUE PROMETE



As fífias da FIFA: Detenção de dirigentes confirma as antigas suspeitas de que a FIFA funciona como uma máfia. 

"Há muita corrupção na FIFA. O futebol precisa de redescobrir as suas raízes e afastar-se destes escândalos", diz Maradona. 

"A FIFA mete-me nojo e Blatter dirige-a como um ditador", desabafa Gary Lineker.

 "O presidente da FIFA é um ladrão, corrupto, filho da p*", exclama o agora senador Romário. 

Estes podiam ser comentários à operação policial que deteve vários dirigentes da organização e levou à constituição de 14 arguidos. Mas, não, as três frases são de 2014. Como podiam ser de 2013, ou do ano ou da década anterior. Só que agora há uma investigação, há detidos, há acusações concretas. 

DESVIO DE 137 MILHÕES.

O mundo do futebol, ou antes, parte do mundo do futebol, espera que haja, finalmente, quem tome medidas. Mas ninguém espera que os problemas desapareçam de um dia para o outro. Sobretudo quando o destino de Joseph Blatter – o líder a quem são feitas todas as acusações – é ainda uma incógnita. 

Blatter admitiu em 2007 receber 920 mil euros anualmente a título de compensações, mas os seus detratores falam em cinco vezes mais. 

A lista de personalidades detidas na Suíça a pedido da polícia americana mostra até que ponto a corrupção está enraizada no organismo que tutela o futebol mundial. Entre os 14 suspeitos, o nome mais sonante é o de Jeffrey Webb, presidente da Confederação Centro-Americana e das Caraíbas (CONCACAF) e vice-presidente da FIFA.  

Constam também dirigentes de federações da América Latina e vários oficiais que trabalham em Zurique. 

A procuradora americana Loretta Lynch diz que os suspeitos terão desviado 137 milhões de euros usando esquemas de venda ilegal de bilhetes, subornos para a compra de votos ou desvio das receitas de contratos de marketing e publicidade. A investigação é americana pela razão de a sede da CONCACAF – organização que se suspeita estar no centro da corrupção – ser em Miami. Uma das empresas investigadas é a Traffic, grupo brasileiro que detém o português Estoril Praia.  

Saber quando começou a corrupção na FIFA é difícil de estabelecer, mas o jornalista inglês Andrew Jennings, que entregou provas ao FBI, aponta o mandato do brasileiro João Havelange como "o início da adoção pela FIFA de métodos mafiosos, que vieram das relações que Havelange tinha com o crime organizado do Rio de Janeiro". 

O jornalista português Luís Aguilar, autor do livro ‘Jogada Ilegal’, lembra o escândalo da falência da ILS, empresa que detinha os direitos de marketing da FIFA e cuja queda obrigou João Havelange a demitir-se da FIFA e do Comité Olímpico – o brasileiro era suspeito de ter recebido muitos milhões de dólares. 

Logo de seguida, mais um caso: "A primeira eleição de Joseph Blatter, em 1998, foi muito contestada pelo seu adversário, o sueco Lennart Johansson, por suspeitas da compra de votos de várias federações", lembra Luís Aguilar. 

Em 2010, a atribuição dos mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar, respetivamente, abriu nova polémica. Voltaram as acusações de compra de votos, com a cumplicidade da FIFA. A própria organização investigou o caso, para concluir que não houve compra de votos, conclusão muito contestada. 

O Mundial de 2014 no Brasil deu à FIFA uma receita recorde de 3 mil milhões de euros. Mas as regras que dão à FIFA plenos poderes para recolher as receitas e ditar as regras, deixando as despesas para a organização local, motivaram protestos e insultos como os de Romário.  

Luís Aguilar explica porque é que as acusações raramente fazem a FIFA mudar. "Se fossem os adeptos a escolher os dirigentes, certamente estes seriam afastados. Mas quem vota são os presidentes das federações – cada uma tem um voto – e é a eles que a FIFA entrega milhões de dólares.

" Luís Figo desistiu da corrida à FIFA e considerou o dia 27 de maio como "um dos piores dias da história da FIFA". O futuro dirá se uma FIFA sem Blatter passa por ele.

in Correio da Manhã


P.S. - O sublinhado a vermelho é nosso.

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